segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Aluizio Guedes - uma trajetória de luta na Cultura Rondoeniense

Quem é Aluízio Guedes?

Aluízio Batista Guedes, nascido em Porto Velho/RO, no dia l˚de Janeiro de l95l, bairro do Cruzeiro. Funcionário do quadro efetivo do Estado, exercendo cargos públicos, nas áreas de Educação e da cultura, no município de Porto Velho. Foi Diretor do Colégio Kepler, vice-diretor das Escolas Estaduais 2l de Abril, Getulio Vargas Eduardo Lima e Silva, Assessor Técnico da Secretaria Municipal de Cultura e Esportes (SEMCE), Coordenador Geral do Arraial ˝ A Flor do Maracujá ˝; Chefe da divisão de ação Cultural, extinta SECET e Presidente da Associação Acadêmica de Esportes Universitários / UNIR; membro fundador de Departamento de Futebol Amador da Federação de Futebol do Estado de Rondônia e membro fundador da Associação Futebolística do Areal / AFA.

Desde os oito anos de idade se interessa pelos registros históricos da cultura regional, de preferência o folclore. É um dos principais responsáveis pelo fomento e revitalização do folguedo Boi-Bumbá. Em 1989 revitalizou o Boi-Bumbá Corre Campo e fundou o Boi-Bumbá Diamante Negro, transformando-os nas duas maiores expressões folclóricas o Estado de Rondônia. Com o mapeamento cultural do Estado, em 1982, levou-o a preocupar-se com o legado histórico cultural-regional, sobretudo com a origem da nossa cultura e de nossa gente. Licenciado em Pedagogia pela Universidade Federal de Rondônia, pós-graduado em Gestão Escolar e Metodologia do Ensino Superior. / UNIR.

Como ex-aluno da Escola São Domingos Sávio e do Colégio Dom Bosco recebeu uma formação Salesiana, atuando deste cedo como coroinha, sendo catequizado e crismado na Igreja matriz Sagrado Coração de Jesus. Como coroinha participou das celebrações nas Igrejas: Nossa Senhora das Graças, no núcleo do IATA, na igreja matriz “catedral”, Nossa Senhora de Fátima (no tempo do Pe Mário Catagna), além de ser um dos principais integrantes da missa da juventude, na capela Maria Auxiliadora, participando de pastorais e do movimento de Juventude – o JER. Participou de vários seminários e encontros sobre o folclore no Estado e fora do Estado como: no Maranhão, João Pessoa, Manaus e Parintins. Rondoniense de origem humilde, figura humana, impar, inigualável e plantadora do saber.

Na parte social desenvolveu um excelente trabalho durante sua gestão como presidente do Cibec conquistando com o carnaval de salão, o melhor ambiente social da maior festa popular. Contribui também como vice-presidente da escola de Samba os Diplomatas, para sua revitalização além de ser membro Fundador da Escola de Samba Pedrinha de Brilhantes. Como atleta fez da parte do quadro juvenil do Flamengo nos anos 60, e do Time principal do Esporte Clube Rondônia. Sua maior contribuição ao “esporte rei” foi a fundação da segunda divisão (DAFA) além do excelente trabalho como técnico e presidente do Fluminense Futebol Clube.
Atualmente exerce suas funções de coordenador pedagógico na escola João Bento da Costa, além de ser um dos talentos na dramatização, composição musical e produção artística do Boi-Bumbá de Rondônia e da Amazônia, onde é um dos mais entendidos na área.

Como educador e folclorista, desenvolve projetos de ação educativa e cultural, objetivando o desenvolvimento de uma pedagogia, onde todos exercem a função de agentes de transformação social; projetos esses desenvolvidos com a comunidade estudantil e comunitária.
O seu compromisso com Jesus é sempre mantido, pois a palavra e os ensinamentos adquiridos na infância fortalecem a caminhada desse homem, esposo, pai, cristão e irmão de fé e devoto de Maria, aqui denominado “Nossa Senhor de Fátima”. Membro atuante da pastoral familiar na comunidade de São José Operário é responsável pelo setor de Matrimonio, o casamento comunitário.

domingo, 16 de agosto de 2009

Dia 22 - Dia do Folclore :O Folclore em Rondônia







Em Rondônia os maiores eventos relacionados ao folclore são a Flor do Maracujá em Porto Velho e e o Festival Pérola do Mamoré em Guajará-Mirim.



Nesta época do ano as cores azul e vermelho tomam conta da cidade de Guajará-Mirim, também conhecida como Pérola do Mamoré. Para onde se olha essas cores demonstram o amor dos moradores ao seu boi preferido. O "Duelo da Fronteira" aconteceu na noite de sexta-feira (07) e se encerrou no domingo (09) e reuniu na cidade milhares de pessoas de diversas partes do país. E este ano contou com um lugar específico, um bumbódromo, construído pelo Governo do Estado, onde os bois-bumbás Flor do Campo (vermelho e branco) e Malhadinho (azul e branco) farão as suas apresentações.




Um pouco da história




O Festival Folclórico de Guajará-Mirim acontece desde o ano de 1994. Na época, o evento era chamado de "Festival Folclórico Pérola do Mamoré" (Fefopem) e era realizado na quadra da AABB. Hoje a festa, que reúne mais de 4 mil brincantes, e é motivo de orgulho para a cidade Em Guajará-Mirim, o ‘Duelo da Fronteira’ abre portas para o turismo na região e gera renda para o município, uma vez que o festival é apreciado por pessoas de vários lugares do país”.Como o festival é assistido por um grande público a área foi ampliada com a montagem de novas arquibancadas móveis e camarotes, tudo para proporcionar, nos dias de festa, mais comodidade aos participantes. “A realização deste evento é marcado por fatores importantíssimos, o primeiro é essa troca de experiências culturais entre os povos de Guajará-Mirim e os bolivianos, isso sem contar com a presença dos turistas que chegam à região para prestigiar o evento. A segunda, é que além de apoiar a realização do evento com toda a estrutura física, o governo também dá apoio aos grupos, com a compra de suas indumentárias. ”O Governo do Estado tem apoiado a cultura em seus vários aspectos e é também a cultura em Rondônia que tem alavancado o turismo no Estado, é o que aconteceu em Guajará-Mirim, com o Festival Folclórico Pérola do Mamoré, o Duelo da Fronteira”.Os protagonistas do festival prometeram inovar e inovaram , o boi Flor do Campo vem com o tema: Rondônia, Mitos e Lendas e o seu adversário, e o boi Malhadinho destacou : Etnia, Raça, Brasil”.




Folclore




A palavra Folclore, segundo o dicionário significa conjunto das tradições, conhecimentos ou crenças populares expressas em provérbios, contos ou canções. ( veja mais no Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Editora Nova Fronteira)




Folclore é tudo que simboliza os hábitos do povo, que foram conservados através do tempo, como conhecimento passado de geração em geração, por meio de lendas, canções, mitos, hábitos (incluindo comidas e festas) , utensílios, brincadeiras, enfeites. Para conhecermos a história de um povo, de um país ou de uma região do país é importante que conheçamos a sua cultura, suas tradições, ou seja o seu folclore. O folclore é também uma forma de manifestação cultural dos povos.




No Brasil o folclore recebe influências determinante dos povos que aqui já habitavam como os índios, e os que vieram depois como os negros e os brancos.Desde 1965 , no Brasil, temos um dia oficial para comemoramos as nossas tradições folclóricas: o dia 22 de agosto é o dia do folclore. Fazem parte do nosso folclore as canções de ninar que são passadas de pais para filhos, cantigas de roda, brincadeiras, jogos, lendas e mitos, superstições, artes. Além disso, as danças típicas das regiões e as festas típicas como a Festa do Boi (do Boi-bumbá ou Bumba-meu-boi que recebe outros nomes dependendo do estado) as festas juninas, Carnaval, o Maracatu entre outras são todas manifestações do nosso folclore. Os utensílios usados por nossos antepassados (brancos, negros e índios) para caça, pesca , artesanato e outros, tudo faz parte do folclore.




Folclore é cultura e quem estuda as tradições folclóricas de um povo estuda a sua história. Alguns estudiosos consagrados das tradições folclóricas do nosso país foram: Luís da Câmara Cascudo, Jerusa Pires Ferreira e Veríssimo de Melo. O autor Monteiro Lobato por meio das suas obras também ajudou a propagar lendas e mitos do Brasil. O Brasil é um país muito grande, por isso cada região do país tem sua tradição folclórica. Algumas vezes o que muda é o nome de uma determinada festa, lenda ou outra tradição, outras vezes uma festa é mais tradicional em uma região do que em outra, assim como comida, música e danças.




Na Região Sul- Temos as danças típicas conhecidas como congada, chula, entre outras. Algumas das festas tradicionais desta região são: a festa de Nossa Senhora dos Navegadores; a festa da uva, festa da cerveja, Além das festas juninas e outras que são tradicionais em todo o país. As lendas mais conhecidas nesta região são: O Negrinho do Pastoreio, O Boitatá, O Curupira, O Saci-pererê, entre outras.


As comidas típicas são o churrasco, o arroz-carreteiro, a feijoada, o chimarrão (bebida feita com erva-mate, tomado em uma cuia)




Na Região Sudeste podemos destacas as danças típicas: fandango, o batuque, a folia de reis, entre outros. As lendas mais conhecidas são: O Lobisomem, A Mula-sem-cabeça, A Iara. As comidas típicas são tutu de feijão, feijoada, entre outras.




A região Centro-Oeste podemos destacar a congada, a folia de reis nas danças típicas . A tourada é uma festas bem tradicional. Entre as lendas a do Lobisomem e do Saci-pererê são das mais conhecidasEntre as comidas típicas estão os pratos preparados com os peixes dos rios da região.




Na Região Nordeste podemos destacar as danças típicas: frevo, o bumba-meu-boi, o maracatu, as cirandas, o baião. As festas tradicionais são muitas, algumas delas: do Senhor do Bonfim, da Iemanjá, Paixão de Cristo, as romarias como a de Juazeiro do Norte no Ceará, Vaquejada.




Na Região Norte temos as festas do Boi- bumbá, as festas indígenas e outras. O carimbó e a ciranda são algumas das danças típicas da região. As lendas podemos destacar a da mãe-d’água, O Curupira, da Vitória-régia, do Uirapuru.

Depoimenro - Aluizio Guedes

O folclore que chegou em Santo Antônio
Aluízio Guedes*


Folclore é a cultura popular, tornada normativa pela tradição e compreendida em si mesma por um valor cultural herdada através de um determinado povo, em um determinado lugar. Compreende técnicas e processos utilitários que se valorizam numa amplitude emocional, além do ângulo do funcionamento racional. Não só apenas conserva, como mantém e torna presente, ao longo dos tempos, todo um passado histórico.
Embora vasta a definição, podemos entender folclore, como um conjunto das tradições, conhecimentos ou crenças, canções e costumes arraigados na realidade de determinado povo.
Certamente algumas regiões não possuem um folclore de personalidade própria, onde cada aspecto histórico é importado, porém adotado e vivenciado por muito tempo.
Tomando o Estado de Rondônia como exemplo, concluímos, após a identificação de alguns valores folclóricos aqui existente, uma quase total adoção dos mesmos. Em suas caracterizações. É notória a distinção de origem desses elementos. Assim é que tem base a afirmação de que realmente existe, no tocante ao folclore, é adotado de outros Estados.
Apesar desse fenômeno da adoção, nossas raízes precisam ser cultivadas e preservadas. Para tanto mister se faz identificá-las melhor, caracterizá-las evitando, assim, seu desaparecimento, como já está acontecendo.
A resultante que se tem chegado em nível de Brasil e por certo Rondônia, não foge as regras. Os agentes da produção dos elementos folclóricos como Boi-Bumbá, Quadrilha e outros, advém de uma camada social muito simples. Em razão disso é associado ainda ao crescente fenômeno de desemprego nos dias atuais, onde mais difícil se torna aos produtores culturais os utensílios ou indumentárias que fazem parte do conjunto de determinado elemento folclórico, é que se justifica o esfriamento o conseqüente desaparecimento de muitos grupos.
Digo mais ainda: ignorar o folclore do próprio país equivale a desconhecer a própria herança familiar.
Folclore, do inglês folk-lore, significa a cultura do povo. O povo brasileiro é produto, em principio, de três raça: a negra, a branca e a indígena.
Os costumes desses povos eram diversos. De suas mescla, resultou a nossa cultura que é a mais bela do mundo. O brasileiro foi a tal ponto influenciado pelos países estrangeiros, que aceitar nosso folclore passou a ser motivo de mau gosto. Hoje, o Brasil descobre a si próprio. Estamos caminhando para ocupar o merecido lugar entre as principais nações. E aos jovens cabem descobrir o folclore. A eles cabem sentir orgulho em cantar nossas músicas, em soerguer nosso artesanato.
Nosso folclore é à base de nossas tradições. Devemos ter orgulho do que somos; resultado de povos sensíveis e criativos.
Os nordestinos são os responsáveis pela introdução de vários folguedos e danças na região, principalmente, o Boi-Bumbá e a Quadrilha; Cultura trazida por migrantes do Piauí, Maranhão e Ceará. Rondônia, por exemplo, além do Piauí e do Maranhão, sofreu influência dos amazonenses. Eles vinham sucessivamente para cá a fim de trabalhar nos seringais e na Estrada de Ferro Madeira Mamoré.
O primeiro registro do Boi-Bumbá por aqui ,data de 1920, quando alguns rapazes organizaram o primeiro grupo batizado de Sete Estrelas. Isto aconteceu em Santo Antonio, então Vila de Mato Grosso. Tão grande foi o sucesso que no ano seguinte (1921), Porto Velho, Município do Amazonas, criou o seu primeiro grupo, denominado de Prata Fina, e em 1922 nascia o Boi Caprichoso.
De 1923 a 1939 não há registro de surgimento de um novo grupo. No ano de 1940 apareceu o Nova Letra, também em Porto Velho. Da década de 60 e 70, mais precisamente entre 65 e 70, houve quase que um total adormecimento, motivado, principalmente, por brigas entre os bois, que resultaram até mesmo em morte. Neste período, a apresentação restringiu-se somente aos currais sem exibições.
Trazido de outros Estados o folclore aqui adquiriu uma nova fase, assumindo características que, para alguns, até descaracterizava a arte folclórica.
Nos dias atuais, o folclore do boi-bumbá vem provar que está cada vez mais presente na vida de Porto Velho como os melhores tempos (vale ressaltar que também a quadrilha está presente no sangue do portovelhense). Se assim não fosse, não teria nascido o Boi-Bumbá Diamante Negro um dos mais autênticos e organizados grupos folclóricos e o próprio Corre-Campo, quando estava desaparecido a vinte e quatro anos e que desde 1990 alegra a maior festa folclórica deste Estado. Outros grupos somam e fortalecem a importância deste folguedo junto às sociedades portovelhense e guajará-mirense como: As de Ouro, Vencedor, Marronzinho e Flor do Campo e Malhadinho (em Guajará Mirim).
Tradicionalmente, com a chegada dos festejos juninos, as escolas se preparam para realizarem seus arraiais, numa temporada festiva, onde a quadrilha e boi-bumbá são suas principais atrações, quando os visitantes das quermesses, enaltecem com o voto popular como os mais autênticos folclores de nossa terra.
Aqui se incorporou uma versão regionalizada do bumba-meu-boi do Maranhão, mesclado de fábulas amazônicas, danças indígenas e toadas únicas em seu gênero, uma vez que em nenhuma parte do país são utilizados instrumentos andinos para apresentação de suas músicas, fazendo que o boi-bumbá do Amazonas e Rondônia se diferenciem até mesmo dos festejos paraenses, uma vez que é integrante da mesma região, mas em nada se assemelham.
De apresentações isoladas em vilas ribeirinhas, as festas foram se alastrando, englobando rios e lagos, somando cada vez mais participantes (como é o caso de Guajará Mirim), até se transformar em uma festa regional e ganhar não só divulgação no país, mas também no exterior, graças aos modernos meios de comunicação e grupos artísticos atuantes.

Pesquisador da Área e Amo do Boi Diamante Negro

Um cantador de Boi Bumbá



“Em l0.08.1950,todos os tambores(barricas) bateram e todos os amos de Bois-bumbás receberam inspiração única e cantaram,em uníssono,uma toada que falava de um menino cantador: um amo predestinado a brilhar nos currais,em noites juninas,sob luz das fogueiras.


Nascia José Lourenço,um garoto saudável,cheio de energia e que já trazia no coração a vontade de cantar;seu choro,dizem,confundia-se com toadas.Seus pais sabiam que Lourenço seria um dos maiores cantores de toadas de Rondônia pois desde pequeno já demonstrava esse talento.Brincava como toda criança brinca: de peteca,papagaio,peão,rouba bandeira,trinta e um alerta...Mas no mês de junho,quando acendiam as fogueiras para aquecer as barricas e os terreiros se enfeitavam,José Lourenço corria até o curral para ver o Boi dançar.


A coreografia,as cores,os brilhos e o ritmo da batucada,tudo isso encantava aquele garoto que não se contentava só em olhar:queria fazer parte daquele espetáculo.Assim,com apenas onze anos já era vaqueiro no Boi Flor do Campo,mas isso ainda era pouco para quem tinha tanto a oferecer.Estava preso na garganta um grito afinado e poético - uma declaração de amor ao Boi-Bumbá.


Em 1966,com dezesseis anos,fundou o Boi Mirim Malhadinho que,em seguida passou à categoria de adulto.A partir daí,tornou-se AMO e CANTADOR.Desde então,Porto Velho e todos os que por aqui passam,encantam-se com a voz e a sensibilidade desse grande produtor cultural que, há 27 anos,mantém vivo o Boi-Bumbá Malhadinho,usando como elixir o seu canto.Hoje nos resta a saudade daquele que,com sua voz vibrante,encantou os terreiros por onde seu Bumba passou.Lourenço nos deixou,mas o seu legado permanece vivo como parâmetro para todos aqueles que ainda continuam cantando Boi-Bumbá.”

O texto acima - de Geraldo Cruz (artista plástico) - não poderia deixar de ser citado nessa pesquisa,tendo em vista o grande destaque e contribuição que José Lourenço trouxe ao desenvolvimento do Boi-Bumbá em Porto Velho.

*Entrevista realizada em 10.10.2007 com o sr. Aluízio guedes -
coordenador do boi diamante negro fundado em l993 e vice-presidente da Federon

Em que ano foi fundado o boi diamante negro? Diamante negro foi fundado em 1993, onde passamos dois anos organizando para competir só em 1995, nesse ano nós apresentamos com 346 brincantes onde conseguimos o segundo lugar, já são 12 anos, conseguimos oito vices campeonatos e seis títulos, o que prova que o grupo já se formou organizado e muito grande. É uma entidade, não só um grupo de dança de boi-bumba, mas sim uma associação a qual é denominada como ¨Associação folclorica cultural boi-bumbá Diamante Negro¨ que possui um trabalho social, cultural buscando sempre a inclusão social da nossa comunidade.


O boi diamante possui alguma influência com os bois de Parintins?
Não digo que não temos, porém nós temos uma preocupação maior em preservar a nossa cultura, onde todos os bois daqui de porto velho são os mais completos do brasil, porque incorporamos tanto o boi do maranhão, quanto o de parintíns, se você vir o boi diamante negro se apresentando você perceberá que procuramos uma junção com os dois e que procuramos preservar nossa cultura é o nosso modo de dançar, infelizmente nós não possuímos tantos recursos como os bois de parintíns.

O boi possui alguma ajuda do poder político?
Nós,como entidades ,brigamos pelos nossos direitos, o governo colabora com uma parte e a prefeitura com outra, mas mesmo assim o Diamante Negro promove sorteios, faz promoções na escola João Bento da Costa, promove o arraial, onde a escola fica com a verba da entrada e o boi faz os sorteios e mostra toda a sua irreverência.

Onde procuram inspiração para criar as fantasias e cânticos?
Primeramente pesquisamos um tema baseados em uma lenda ou em gritos de guerra contra a falta de cultura e de apoio no estado. Daí procuramos produzir as fantasias e as toadas, todas elas seguindo os padrões e a linha baseada no tema e na preocupação em manter nosso estilo.

O boi procura temas de outros estados ou só no estado de rondônia?
Não. Procuramos sempre manter temas de nosso estado pesquisando, por exemplo, brincadeiras, ritmos, festejos, costumes antigos, porém sempre mostramos as inovações de cada determinado tempo.

Quais as diferenças dos bois apresentados antigamente com os atuais?
O boi antigo é o que deixa saudade, pois era um drama, um teatro que você ía assistir e se divertia com as brincadeiras dos personagens, e hoje, esses mesmos estão desaparecendo e o diamante está resgatando, mostrando para as pessoas, que porto velho deve ser mais valorizada em termos de cultura. É um orgulho ser filho desta terra.

Além da flor do maracujá, o boi Diamante Negro concorre a outros eventos envolvendo campeonatos?
Não, pois a dificuldade é muito grande, porque temos muitos musicos, dançarinos, e muitos dos brincantes são menores e estudantes.assim é mais fácil se apresentar em escolas do que em outros lugares.(entrevista realizada pelas alunas JBC - Aline e Cailane)

Culturas Populares e Identidade local

Na região norte o primeiro registro de boi-bumbá ocorreu em 1859, em Manaus-AM, no período de festas juninas, e colonização desenvolvida pela sociedade nacional ao longo dos últimos 150 anos, entre os quais as tradições indígenas, nordestinas, paraenses, bolivianas, caribenhas, afro-brasileiros, e outras tradições de grupos etno - culturais.

É o resultado de uma interação contínua já em Em Porto Velho a formação das identidades sociais está associada às formas de ocupação entre pessoas e/ou povos de determinadas nacionalidades que migraram para esta localidade, tendo hoje, como resultado maior a flor do maracujá, com apresentações de quadrilhas e bois-bumbás, sendo a quadrilha inspiradas nas antigas danças campesinas e o boi-bumbá o folguedo que satiriza os senhores de engenho.
Rondônia o primeiro registro ocorreu no jornal Alto Madeira em 20/06/1920 com a apresentação de um grupo de boi-bumbá em Santo Antonio- O Boi Sete Estrelas.Em Porto Velho, baseado no registro do jornal Alto Madeira, o boi-bumbá passou a ser praticado no período de festas juninas em 1921 com apresentações do “Boi Prata fina” seguido em 1922 pelo “Boi Caprichoso”.

De 1923 a 1939 não há registro de criação de bois em Porto Velho, na década de 40, surgiu o Boi Nova Letra, Boi Estrela, Boi sete Estrelas e o Boi Corre Campo(grande destaque até hoje), o boi Mina de Ouro e o Boi Brilhante, em 60-Boi Dominante, Boi Mirim, Flor do Campo, Malhadinha, Garantido e Galante. Em 70 vários grupos desapareceram, os mais resistentes ficavam com suas apresentações restritas aos currais e residências de seus padrinhos.

Em 1980, motivadas pela criação de mostras, surge o “Arraial Flor do Maracujá “ resgatando suas quadrilhas e bois-bumbás que teve sua “primeira mostra de quadrilha e boi-bumbá” realizada n escola Barão de Solimões, promovido pela prefeitura municipal de Porto Velho e em 1982 a primeira mostra do estado na EEEM Rio Branco e a partir de 1983 o primeiro arraial flor do maracujá.

Na década de 90 há a consolidação dos bois, década esta em que surgiu o Boi Diamante Negro(1993),sendo 04 vezes campeão e 08 vezes vice, liderado por Aluízio Guedes(o amo), na comunidade do Jardim Eldorado, tendo a participação de vários alunos da EEEFM Professor João Bento da Costa. Entre os personagens tradicionais encontramos no boi Diamante Negro, o amo, o pai Francisco e catirina, o padre, os doutores da vida, cachaça e Relâmpago, Cazumbá e mãe Maria, o primeiro rapaz e o primeiro vaqueiro, os índios, o miolo do boi(pessoa que carrega o boi) a burrinha, o sacristão e o bicho folharal(único que tem raízes em Rondônia).

Com o advento de Parintins introduziu-se as personagens cunhá-poranga, a sinhazinha, a porta estandarte ,a rainha do folclore, rainha da batucada, o diretor de batucada, o levantador de toada, o pajé, a morena bela, sinhazinha mirim, vaqueiro da madrugada e a Yara.
Pode até parecer muitos personagens, mas através de encenações perfeitas o tradicional interage com o novo, levando ao público um espetáculo grandioso, embora alguns críticos aleguem que a tradição dos folguedos vem sendo sufocada pela “onda de Parintins”.

sábado, 15 de agosto de 2009

Folclore - Quadrilhas


ENTREVISTA REALIZADA COM ALUÍZIO GUEDES PRESIDENTE DA FEDERON


COMO AS QUADRILHAS CHEGARAM A PORTO VELHO?A QUADRILHA CHEGOU A PORTO VELHO NA ÉPOCA DA ESTRADA DE FERRO MADEIRA MAMORÉ, NA DATA DE 1907 ONDE PASSOU A SER CONHECIDA SOMENTE EM 1920. COMO O ESTADO AINDA NÃO POSSUIA SUA PRÓPRIA CULTURA ENTÃO PASSOU A ADERIR, UMA DAS QUADRILHAS MUITO CONHECIDA AINDA DAQUELA ÉPOCA SE CHAMAVAFLOR DO MARACUJÁ, DAÍ O NOME DE UM DOS MAIORES FESTIVAIS DO ESTADO DE PORTO VELHO. ELES ENSAIAVAM À BEIRA DOS TRILHOS, ENTÃO QUANDO OS TRENS PASSAVAM AS PESSOAS OS VIAM ENSAIANDO, AS NOVAS. ÀS VEZES ERAM CARREGADAS NOS VAGÕES OU IAM PELOS TRILHOS. ESSA QUADRILHA SOBREVIVEU ATÉ A DÉCADA DE 50 E FICOU CONHECIDA COMO A PIONEIRA COM INFLUÊNCIA NORDESTINA.


QUANQUADRIALHAS PASSARAM A INTEGRAR A NOSSA CULTURA ?ELAS COMEÇARAM A SE FORTALECER NAS SUAS COMUNIDADES , E SE APRESENTAVAM NAS FESTAS JUNINAS QUE FORAM TRAZIDAS DE PORTUGAL,SE APRESENTAVAM EM JUNHO OU NO NATAL. A QUADRILHA QUE NO MÊS DE JUNHO SE APRESENTAVAM NAS COMUNIDADES , ERAM FEITAS PELOS PRÓPRIOS MORADORES DO BAIRRO.


QUAIS QUADRILHAS QUE PRESERVAM A CULTURA ANTIGA?TODAS PRESERVAM A CULTURA, A DIFERENÇA É QUE A ROUPA DE ANTIGAMENTE ERA CHAMADA DE CHITÃO E ERAM ROUPAS QUE USAVAM NO DIA A DIA E HOJE ELAS SÃO CHEIAS DE BRILHO, CORES E SÓ SÃO USADAS NO DIA DA APRESENTAÇÃO. A DANÇA ERA LIVRE E AGORA SÃO PASSOS MARCADOS E ENSAIADOS. ASSIM AS QUADRILHAS SÃO MAIS ACELERADAS, TEM UM RITMO MAIS DANÇANTE.


QUAL A FORMA DE PRESERVAR AS QUADRILHAS?UMA FORMA É DAR CONDIÇÕES FINANCEIRAS PARA QUE A QUADRILHA POSSSA SE MANTER. ANTIGAMENTE O PRÓPRIO BRINCANTE ALÉM DE MANTER, ERA QUEM COMPRAVA SUAS ROUPAS, HOJE SE A QUADRILHA NÃO DER A ROUPA ELES NÃO BRINCAM. PARA SE APRESENTAR NA FLOR DO MARACUJÁ AS QUADRILHAS PRECISAM ENFRENTAR A ELIMINATÓRIA NOS BAIRROS. AS 14 QUE GANHAM ESSAS ELIMINATÓRIAS RECEBEM UM RECURSO MAIOR. AO TODO SÃO 70.


QUAIS SÃO OS PRÊMIOS PARA AS QUADRILHAS E PARA OS PERSONAGENS?O PRÊMIO PARA A QUADRILHA TODA É O TROFÉU, MAS PARA OS PERSONAGENS SÃO PRÊMIOS INDIVIDUAIS .


QUAIS AS QUADRIHAS QUE SE DESTACAM EM PORTO VELHO?NÓS, SERES HUMANOS, TEMOS MUITA CRIATIVIDADE E SE DESTACA AQUELA QUADRILHA QUE TIVER MELHOR RITMO, DANÇA, ROUPA, ORGANIZAÇÃO. E TODOS OS ANOS AS QUADRILHAS VENCEDORAS GANHAM POR DÉCIMOS.( Entrevista realizada por Aline Raiane/2008)